A procissão da Divina Pastora, na Venezuela, depois de 165 anos será realizada virtualmente por causa da pandemia do coronavírus.
Barquisimeto – Venezuela (11/01/2021, 16:30, Gaudium Press) Este ano de 2021 quando se completam 165 anos de realização da Procissão da Divina Pastora em Barquisimeto, na Venezuela, ela não acontecera presencialmente. A procissão geralmente acompanhada por milhões de fiéis será realizada de modo virtual por causa da Covid-19.
Esta procissão mariana é uma das maiores do mundo, em termos de comparecimento de fiéis. Em 2016, mais de 4 milhões de devotos compareceram à sua 160ª edição.
A veneração pela Divina Pastora remonta a 1736, quando o pároco de Santa Rosa encarregou um famoso escultor de fazer uma imagem da Imaculada Conceição. Inexplicavelmente, ele recebeu a imagem da Divina Pastora, que não poderia devolver porque também inexplicavelmente, ninguém podia levantar a caixa onde ela tinha sido colocada.
A pequena população interpretou este estranho acontecimento como um sinal de que a Divina Pastora queria ficar entre eles.
Algum tempo depois, houve o devastador terremoto de 1812. O templo havia desmoronado, deixando exposta e intacta a venerada imagem mariana. Outro sinal que reforçou a fé dos devotos de Santa Rosa.
A fama da Divina Pastora como sendo milagrosa e protetora espalhou em meados do século XIX, quando uma grave epidemia de cólera estourou na Venezuela.
Quase um ano após o início da epidemia, em 1856, em desespero e como último recurso, os habitantes da cidade de Santa Rosa acompanhados de seu pároco, Padre Macário Yépez, decidiram levar a imagem da Divina Pastora em procissão pelas ruas de Barquisimeto, a capital do Estado de Lara, para implorar sua misericórdia.
O milagre aconteceu: já a partir daquele mesmo dia, a epidemia cessou.
Entretanto, foi o pe. José María Raldíriz, vigário forâneo de Barquisimeto, quem ordenou que a imagem da Divina Pastora visitasse a cidade de Barquisimeto todos os anos no dia 14 de janeiro, como “testemunho perene de gratidão à Mãe de Deus, pois segundo a tradição e crença geral, confirmada por muitos sobreviventes da epidemia de cólera, com a chegada da imagem mariana, no dia 14 de janeiro de 1856, a epidemia cessou.
De 1856 até hoje são 165 anos e a procissão se realiza anualmente. Hoje, o povo venezuelano dirige-se novamente à Divina Pastora com a mesma fé daquela época.
Agora uma pandemia impede que a procissão seja realizada presencialmente. Uma nota Comissão Organizadora da Festa Litúrgica da Divina Pastora informa:
“Peregrinação da Misericórdia, esperança e consolo” é o lema da 165ª peregrinação que, de 6 a 14 de janeiro, inspirará a Novena de preparação, a “Rota da Esperança”, em que cada dia, apoiada pelas redes sociais e pelos meios de comunicação, aprofundará as litanias do Santo Rosário e se elevará diante de Deus, por intercessão da Divina Pastora, uma oração pelo fim da pandemia de coronavírus e uma autêntica promoção do desenvolvimento e libertação espiritual do povo de Deus.
“Iremos virtualmente a Santa Rosa, sem sair de casa, cada dia significará um passo de proximidade à nossa mãe que nos espera ansiosamente.
Faremos então uma oração comum a nossa mãe. Levantaremos uma prece à nossa Divina Pastora, pela Cessação da Pandemia COVID19, e diante de sua imagem prometeremos que no momento oportuno, buscando o maior bem e a segurança de todos, a levaremos a Barquisimeto para sua visita 165, assim como Se fosse o tradicional 14 de janeiro e nesse dia todos pagaremos a promessa à boa mãe que a acompanha em sua peregrinação”.
Os temas que serão desenvolvidos são os seguintes: Mãe da misericórdia, Mãe da esperança, espelho da justiça, causa da nossa alegria, saúde dos enfermos, consolo dos migrantes, ajuda dos cristãos; Rainha da família e Rainha da paz.
Na quarta-feira, dia 13, à noite, será realizada a vigília de oração. Quinta-feira, 14, às 7h m., será celebrada a Eucaristia, presidida por Dom Víctor Hugo Basabe, Administrador Apostólico de Barquisimeto.
Este ano haverá um encontro com os devotos migrantes da Divina Pastora, unidos através de plataformas e redes sociais de diferentes partes do mundo. Quase 5 milhões de venezuelanos tiveram que migrar devido à crise social e econômica que assola o país.
“Pedimos a Deus que nós, como atuais clérigos, sejamos também lembrados não só por adiar a visita para um momento mais oportuno, mas por ter evitado que uma festa tão bela como a nossa procissão se tornasse uma fonte lamentável e incontrolável de contágio, trazer mais dor ao nosso povo do que ele já sofre ”, diz a nota da Comissão Organizadora do evento. (JSG)
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