Ipatinga, 27 de novembro de 2024

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Presidente da CNBB reitera posição em defesa da vida e contra a liberação do aborto


Em tempos de pandemia e medidas extraordinárias de preservação da vida, a presidência da CNBB novamente se manifesta contra a tentativa de descriminalização do aborto. Dom Walmor exorta “lucidez” do Supremo Tribunal Federal em defesa da vida no julgamento da “inquietante pauta” desta sexta-feira (24) da ADI 5581, ação que visa a liberação do aborto em casos de mulheres infectadas pelo Zika vírus.



Andressa Collet – Cidade do Vaticano



A presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, a CNBB, já se manifestou publicamente no último domingo (19) com uma nota crítica à tentativa de despenalização do aborto e em defesa ao dom inviolável da vida, que também foi entregue como carta pessoal aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). O documento demonstra a preocupação e a perplexidade dos bispos que, “no grave momento de luta sanitária pela vida, neste tempo de pandemia do Covid-19”, a Suprema Corte paute para sexta-feira, 24 de abril, a votação da ADI 5581, que visa descriminalizar o aborto para grávidas infectadas com Zika vírus.


Entenda a pauta da ADI 5581


A ação protocolada em 2016 é de autoria da Associação Nacional dos Defensores Públicos (ANADEP), o julgamento já tinha sido adiado em maio do ano passado e a votação dessa “inquietante pauta” está prevista para acontecer por meio de voto escrito, em Plenário Virtual. Uma eventual legalização do aborto nesses casos abriria precedentes para a liberação da prática em outros casos no Brasil. O aborto é ilegal no país, mas a prática é despenalizada quando de gravidez decorrente de estupro, risco comprovado de vida para a mãe e, mais recentemente, no caso de bebês diagnosticados com anencefalia.


É tempo de cuidar da vida


O documento da CNBB contra o aborto que leva o título de “Em defesa da vida: É tempo de cuidar” se posiciona pela proteção da vida “em todas as suas etapas, desde a fecundação até seu fim natural”, e “em qualquer etapa ou condição em que se encontre a pessoa humana”. A nota reitera que “não compete a nenhuma autoridade pública reconhecer seletivamente o direito à vida, assegurando-o a alguns e negando-o a outros. Essa discriminação é iníqua e excludente; ‘causa horror só o pensar que haja crianças que não poderão jamais ver a luz, vítimas do aborto’”.


O repúdio ao aborto


Os bispos, “fiéis ao Evangelho de Jesus Cristo”, reafirmam “repúdio ao aborto e quaisquer iniciativas que atentam contra a vida, particularmente, as que se aproveitam das situações de fragilidade que atingem as famílias”. Dom Walmor Oliveira de Azevedo, presidente da CNBB, faz, assim, novamente uma convocação pela proteção da vida e contra a liberação do aborto no Brasil ao se dirigir aos ministros da Suprema Corte:


“Nossa Igreja Católica, na sua história e por fidelidade ao Evangelho de Jesus Cristo, trabalha, vive e labuta em defesa da vida. Por isso, a presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, porta-voz da Igreja Católica na sociedade brasileira, em sintonia com segmentos, instituições, homens e mulheres de boa vontade convoca a todos pelo empenho em defesa da vida contra o aborto, dirigindo-se publicamente aos senhores e senhoras ministros do Supremo Tribunal Federal para dizer, compartilhar e ponderar argumentações nesse tempo em que é tempo de cuidar especialmente da vida, ponderações a respeito do tratamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade 5581 ajuizada (ADI 5581), requerendo a declaração de inconstitucionalidade de alguns dispositivos da lei 13301 de 2016, assim, abrindo caminhos para o aborto, de modo que se possa considerar legal o aborto com aqueles que nascem com síndrome congênita causada pelo Zika vírus.  Por isso, a Conferência Nacional reitera sua imutável e comprometida posição em defesa da vida com toda a sua integralidade inviolabilidade e dignidade, vamos trabalhar para que haja lucidez do Supremo Tribunal Federal e valha, de fato, a defesa da vida, da vida plena como Deus quer em todas as suas etapas.”


Fonte: Vatican News




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