Ipatinga, 25 de novembro de 2024

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Os Pontífices diante das câmaras de TV: de Pio XII a Francisco


O livro de Martina Luise apresentado no “Palazzo Pio” na tarde de terça-feira, reconstrói a história da relação entre os Pontífices e o meio televisivo.


Debora Donnini – Cidade do Vaticano


“Uma interessante viagem entre passado e presente, do Papa Pio XII ao Papa Francisco”, destaca o cardeal Pietro Parolin no prefácio do livro “Os Pontífices diante das câmaras de TV. De Pio XII ao Papa Francisco”, de autoria de Martina Luise, publicado por Edizioni Aracne.


Uma relação – aquela entre a Igreja e imagens em movimento – que inicia formalmente nos anos 50 com Pio XII, “que caminha – recorda o purpurado – ao longo de um traçado feito, como sempre, por impulsos de confiança e freadas de precaução, com uma particular atenção aos aspectos educativos”. Mas já em 1896 Papa Leão XIII havia se deixado filmar nos Jardins Vaticanos.


O cardeal Parolin relembra alguns momentos paradigmáticos da relação entre os Papas e a televisão: do discurso televisivo de Pio XII em 1949 à televisão francesa, por ocasião da Páscoa, ao célebre “discurso da Lua” de São João XXIII em 1962, depois irradiado pela TV em todo o mundo; da viagem de Paulo VI à Terra Santa à mudança de ritmo com São João Paulo II, que promoveu o nascimento do Centro Televisivo Vaticano em 1983, com a escolha, mais tarde, de não esconder do mundo seu sofrimento físico.


E, ainda com Bento XVI, permanece na memória a imagem do voo até Castel Gandolfo, assim como a eleição do Papa Francisco que, observa o cardeal Parolin, “imediatamente imprimiu uma mudança de ritmo na maneira de ser Igreja”.


Recordando suas palavras diante da multidão na Praça São Pedro, o secretário de Estado enfatiza as escolhas de direção de imagens do CTV com movimentos das câmaras, o que permitiu mesclar os dois olhares: o dos fiéis na Praça em direção ao Pontífice, e vice-versa, instaurando assim “na forma da narrativa, o que se tornou o estilo do Pontífice: a intersecção de olhares, prelúdio se seu abraço pessoal e da Igreja a cada homem e cada mulher”.


Um percurso de mais de 60 anos


O livro, que traz a introdução de Sergio Zavoli e o posfácio de Raniero La Valle, repassa portanto as etapas dessa história, analisando desde 1954 – ano em que a televisão chegou à Itália – como os Pontífices se confrontaram com essa mídia. Um percurso que se desenrola com os testemunhos de especialistas e protagonistas ao longo de mais de sessenta anos de história da Santa Sé, também com atenção ao papel da RAI e, posteriormente, da TV 2000 e do Centro Televisivo Vaticano.


A comunicação dos Papas em vista do anúncio do Evangelho


Agradecimentos também foram expressos ​​pelo cardeal Bassetti – que falou na apresentação junto com o cardeal Francesco Coccopalmerio, presidente emérito do Pontifício Conselho para os Textos Legislativos – ao prefeito do Dicastério para a Comunicação, Paolo Ruffini, e Valentina Alazraki, decana dos vaticanistas.


O cardeal Bassetti destacou como os Papas se abriram para o mundo contemporâneo, entendendo o potencial das novas mídias, testemunhando como a Igreja é uma Igreja em saída.


O cardeal Coccopalmerio definiu o texto do livro como “genial” e de “fácil leitura”, observando como falar sobre os Papas oferece a oportunidade de apresentar aos leitores muitos acontecimentos eclesiais.


A jornalista Valentina Alazakri concentrou-se em particular na extraordinária capacidade de comunicação de São João Paulo II e do Papa Francisco, recordando as duas primeiras coletivas de imprensa dois dois Papas durante um voo, nas quais ela estava presente. Em particular, tocou-a “o poder do silêncio” dos últimos tempos do Papa Wojtyła, quando sua a voz não mais mais conseguia se fazer ouvir.


Na comunicação do Papa Francisco, retorna a verdade do encontro, do olhar e ser olhado, e assim se testemunha a fé, destacou então Paolo Ruffini, chamando a atenção para o risco de nosso tempo terminar em um jogo de espelhos, no qual no final das contas se olha apenas para si mesmo.


O livro pretende trazer o sentido da Igreja que se abre à comunicação para transmitir a própria mensagem, disse a autora do livro, Martina Luise, em entrevista ao Vatican News, em que enfatizou a importância para os Papas de usar também o meio televisivo para anunciar o Evangelho.




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