Andressa Collet – Cidade do Vaticano
As missas dominicais com a presença de fiéis foram finalmente retomadas na Itália neste dia 24 de maio, depois da flexibilização da quarentena permitida pelo governo a partir da última segunda-feira, 18 de maio. As paróquias se muniram de todas as medidas de segurança e prevenção à Covid-19, segundo protocolo assinado pelo governo e a Conferência Episcopal (CEI) que prevê, entre várias normas, o distanciamento entre as pessoas e o uso de máscaras de proteção.
Algumas paróquias, como a de Santa Galla, no bairro Garbatella, em Roma, a missa de domingo foi celebrada ao ar livre. Cerca de 200 pessoas participaram da cerimônia, em cadeiras dispostas sobre o gramado do jardim da igreja, entre o campo de futebol e aquele para basquete e vôlei. O local contou com jovens voluntários, vestidos todos de laranja, para organizar a cerimônia e oferecer álcool-gel para higienizar as mãos.
O Pe. Paolo Aiello, como relatou a agência de notícias Ansa, começou a missa com “um grande aplauso” entre os 200 fiéis presentes, um sinal liberatório depois de um longo período sem a Eucaristia. O pároco também orientou a comunidade, observando que “cada um é corresponsável. A primeira coisa é se comportar bem como cidadãos. A segunda é que, ao ver alguém que é desobediente e não tolera a máscara, deve dizer: um bom cristão é obediente por uma razão superior que é a saúde pública”.
Já em Milão, a temperatura dos fiéis foi medida na entrada das igrejas. Na Basílica de San Babila, por exemplo, no centro da cidade, algumas pessoas não puderam entrar porque os lugares disponíveis e marcados com distanciamento social foram todos ocupados. Na Catedral, o famoso Duomo de Milão, a comunidade foi convidada a permanecer no lugar para que os sacerdotes levassem a Eucaristia, devidamente munidos de luvas.
No primeiro domingo da Fase 2 e de celebrações permitidas com a presença de fiéis, Pe. Alvaro Bardelli, da cidade de Arezzo, instalou um telão dentro da igreja para que doentes e idosos pudessem acompanhar à celebração sentados, porque a missa foi realizada ao ar livre, para 150 pessoas, na Piazza Grande. A cerimônia foi transmitida ao vivo, pela TV local, com muitas outras, por toda a Itália, continuarão chegando às casas via streaming.
Já na comunidade de Vo’ Euganeo, em Pádova, um símbolo da luta ao vírus porque foi onde começou a disseminação no Vêneto, ainda no sábado (23) os sinos de todas as igrejas tocaram para saudar o retorno às celebrações eucarísticas com o povo. Dom Claudio Cipolla, bispo local, falou da alegria e da emoção que marca este momento de liberação “da doença e dos medos”:
“Estabeleci que durante as missas, no Glória, os sinos também sejam tocados como normalmente acontece na Vigília Pascal, vigília que não conseguimos celebrar junto com o povo. É uma maneira de dizer: retomamos. Para mim, significa como se eu fosse buscar pela mão uma das minhas comunidades para fazer compreender que agora voltamos a caminhar juntos. Não sabemos onde chegaremos, por não conhecer o modo como a distância nos marcou neste longo período de fechamento.”