Há quase um mês o Brasil vive a realidade do isolamento social, uma medida importante contra o coronavírus que tem como objetivo evitar a dispersão do vírus pelo país. Porém, este período tem impactado diretamente na saúde mental das pessoas que tiveram de se adaptar a uma nova rotina de vida: a de ficar sem sair de casa.
Desde então, os brasileiros têm se virado para reestruturar sua rotina seja de trabalho, estudo ou os dois. A área do ensino e aprendizagem, uma das primeiras a ter as atividades suspensas, fez com que universitários e professores de todo o país tivessem de se adaptar, readaptar e criar novos hábitos estudantis para, durante esse confinamento, manter uma rotina de estudo e pesquisa sem prejudicar a saúde mental.
O psicólogo e coordenador diocesano da Pastoral Universitária de Curitiba (PR), Wellington Kihara, explica que para quem tem de manter a rotina de estudos, estando em casa, o excesso de informações, a falta de previsibilidade a respeito dos rumos da pandemia, a mudança repentina para uma situação de quarentena sem o devido preparo podem gerar sofrimento psíquico como: insegurança, angústia, ansiedade, estresse e, até mesmo, de pavor.
“O momento que vivenciamos exige um cuidado com a saúde mental para continuar realizando, da melhor forma possível, as atividades acadêmicas diante das incertezas da atualidade. Tais incertezas podem gerar um desconforto, um desequilíbrio emocional que pode afetar o trabalho que já vem sendo desenvolvido. Assim, faz-se necessário compreender a mudança, de que é necessária uma reorganização da rotina. Trata-se de um momento de parar, respirar, se organizar e continuar em frente. Também não tenha vergonha ou medo de pedir ajuda a qualquer hora”, ressalta.
Diante dessa realidade, Comissão Episcopal Pastoral para Cultura e Educação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), por meio do Setor Universidades, montou um grupo de trabalho para refletir sobre uma proposta de ‘Plantões de Escuta’. A proposta será realizada nas Pastorais Universitárias do país para os estudantes na situação de quarentena.
“O cuidado com a saúde mental é importante, uma vez que a estabilidade emocional reforçará o seu sistema imunológico. Importante por inúmeros outros aspectos, o sistema imunológico fortalecido será importante para atravessarmos essa fase e garantirmos a qualidade dos estudos, num novo contexto. Por fim, se é verdade que não conseguimos ter o controle sobre o mundo externo, podemos, ao menos, nos esforçar para ter um maior controle com o nosso mundo interno”, ressalta o psicólogo Wellington Kihara.
Para o arcebispo de Montes Claros (MG) e presidente da Comissão Episcopal para a Cultura e Educação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom João Justino de Medeiros, “a quarentena não significa que a vida para. Ela deve ser manejada de outro modo. E até para os estudos existem possibilidades diferentes. O importante é dar passos de reorganização do uso do tempo e do espaço que se tem. Desafios novos, novos aprendizados”.
Nesse contexto, a Comissão para Cultura e Educação da CNBB orienta os universitários a adotar um novo tipo de postura diante da alteração das rotinas acadêmicas e dos sentimentos gerados por esse tempo de confinamento.
Segundo a comissão, essa alteração de rotina estudantil se torna ainda mais desafiante se existem filhos pequenos em casa, pais ou avós que necessitem de cuidado, ou mesmo, se o espaço não é apropriado aos estudos. Por isso, é de suma importância o cultivo de atitudes que possam auxiliar na gestão das emoções e dos estudos no contexto adverso.
Para ajudar nesse caminho a comissão preparou uma relação com dicas de organização e orientação para se manter firme na rotina de estudos e encarar a quarentena.
Com relação aos estudos:
Com relação a vida na quarentena: