Devido à pandemia de COVID-19 e suas consequências, as tradicionais coletas solidárias realizadas nas paróquias e comunidades em âmbito nacional e internacional foram adiadas para o segundo semestre. Com a retomada gradual das missas presenciais em muitas igrejas, esse gesto concreto de solidariedade e comunhão dos católicos já tem novas datas definidas.
Para os Lugares Santos – Ainda em meados de abril e março, quando o coronavírus assolou o mundo, expondo comunidades ao risco e fazendo com que as paróquias na Europa deixassem de ser frequentadas presencialmente, o Papa Francisco havia aprovado a proposta de adiar esta coleta de ofertas para 13 de setembro de 2020. Uma data, explica o padre franciscano Francesco Patton, Custódio da Terra Santa, escolhida “porque é o domingo mais próximo da festa da Exaltação da Santa Cruz, que celebramos aqui em Jerusalém com particular solenidade, para recordar até que ponto chegou o amor do Filho de Deus por nós: a ponto de dar a vida na Cruz, pela nossa salvação”.
Realizada costumeiramente na Sexta-feira Santa, essa coleta é destinada à manutenção e ajuda à Igreja presente na Terra Santa, berço do Cristianismo. O padre Patton ilustra em um vídeo as mil formas que a Coleta costuma assumir, uma vez que as ofertas das paróquias e dioceses de todas as latitudes chegam à Custódia. As necessidades são de todos os tipos e não dizem respeito somente à manutenção dos lugares santos, da Basílica da Natividade ao Santo Sepulcro:
Óbolo de São Pedro – Também devido à atual emergência sanitária, o Santo Padre estabeleceu que, para este ano de 2020, a coleta do Óbolo de São Pedro, que tradicionalmente se realiza em torno à Solenidade dos Santos Pedro e Paulo, em 29 de Junho, será transferida em todo o mundo para o XXVII domingo do tempo comum, 4 de outubro, dia dedicado a São Francisco de Assis.
No site oficial do Óbolo de São Pedro, é possível conhecer as diferentes obras de caridade realizadas em todo o mundo por meio desse gesto de generosidade.
Coleta para as Missões – As Pontifícias Obras Missionárias (POM) têm a responsabilidade de organizar a Campanha Missionária, realizada sempre no mês de outubro, na Igreja de todo o Brasil. Colaboram nesta ação a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) por meio da Comissão para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial, a Comissão para a Amazônia e outros organismos que compõem o Conselho Missionário Nacional (COMINA).
Mesmo vivendo um tempo diferente, em que o mundo passa por uma pandemia que mudou as relações, a Campanha Missionária em 2020 quer ser um sinal de esperança para tantas vidas doadas de forma solidária. O tema escolhido “A vida é missão” e o lema “Eis-me aqui, envia-me” (Is 6,8) irão ajudar no crescimento da consciência missionária.
A Coleta do Dia Mundial das Missões, feita nas celebrações do penúltimo final de semana de outubro (este ano, dias 17 e 18). As ofertas deverão ser integralmente enviadas às Pontifícias Obras Missionárias (POM) que as repassam ao Fundo Universal de Solidariedade para apoiar projetos em todo o mundo. Saiba mais em: http://www.pom.org.br/campanha-missionaria-2020/.
Coleta da Solidariedade e Campanha para a Evangelização – Realizada sempre no Domingo de Ramos, a Coleta da Solidariedade – gesto concreto da Campanha da Fraternidade -, prevista para o dia 5 de abril, acontecerá este ano juntamente com a coleta da Campanha para a Evangelização, prevista para o terceiro domingo do Advento. Ambas serão unificadas e feitas, em caráter extraordinário devido à pandemia, em 22 de novembro, dia da Festa de Cristo Rei.
Padre Patriky Samuel Batista, secretário executivo das Campanhas da CNBB, disse que a proposta de tema desta que será unificada é “É tempo de Cuidar da Evangelização” e está em sintonia com a Ação Solidária Emergencial da Igreja no Brasil, uma iniciativa da CNBB e Cáritas Brasileira (conheça aqui). Já o lema proposto é “Conheceis a generosidade de Cristo” (2 Cor 8,9).
“Quem é de Cristo é chamado a viver essa generosidade com muita responsabilidade”, afirma padre Patriky sobre o lema. Ele ainda garantiu que a inspiração veio também das últimas catequeses feitas pelo Papa Francisco, que tratam da solidariedade na perspectiva cristã.
No que tange à destinação dos recursos, padre Patriky explicou que do total arrecado com esta coleta, 50% dos recursos serão da Coleta da Solidariedade e os outros 50% da Coleta da Evangelização. Da porcentagem destinada à da Soliedariedade, 60% serão destinados ao Fundo Diocesano de Solidariedade (FDS) e 40% para o Fundo Nacional de Solidariedade (FNS). “Com esse recurso a CNBB apoia diversos projetos pelo Brasil afora”, aponta padre Patriky.
Já os outros 50% que dizem respeito à Coleta da Evangelização, 45% serão destinados à diocese, 35% para a CNBB e 20% para o regional. “Nosso foco com esta Campanha unificada é voltado também, a cada domingo, a uma perspectiva: pobres, anúncio da Palavra e vida”, disse padre Patriky.
Ainda como novidade, padre Patriky adiantou, com exclusividade, que haverá um processo de “digitalização das Campanhas”. Isto porque um site está sendo preparado, com o objetivo de agregar e modernizar, a forma de recolhimento das contribuições. Em breve, a proposta estará disponível para acesso, bem como o cartaz oficial da Campanha.
Saiba mais sobre as Campanhas e conheça os projetos apoiados: https://campanhas.cnbb.org.br/.
Fonte: CNBB