A Igreja estará sempre a favor da vida e da verdade e, portanto, tem a obrigação e o dever não só moral, mas também cristão, de denunciar as várias injustiças que são cometidas, sobretudo contra a população mais vulnerável que não pode se defender, afirma o secretário para a Pastoral da Conferência Episcopal Boliviana. Pe. Soto reitera a necessidade de fortalecer processos democráticos na Bolívia e de redistribuir a economia no país com critérios de justiça social
Vatican News
“Notamos que em nosso meio a justiça não é justa.” Foi o que afirmou o secretário para a Pastoral da Conferência Episcopal Boliviana (CEB), padre Ben Hur Soto, em sua homilia dominical, na qual denunciou que os mais fracos são as vítimas dessa justiça que não é tal, que prende aqueles que não podem se defender ou que não têm dinheiro para pagar um advogado, mas liberta aqueles que têm poder.
“Vemos os grandes poderosos da sociedade, personalidades intocáveis, grandes mandatários, escondendo-se e enriquecendo-se com a corrupção e os bens do Estado, satisfazendo não só suas próprias necessidades, mas deixando consequências irremediáveis nas famílias”, denunciou padre Soto.
Neste contexto, o secretário de pastoral recordou que a Igreja estará sempre a favor da vida e da verdade e, portanto, tem a obrigação e o dever não só moral, mas também cristão, de denunciar as várias injustiças que são cometidas, sobretudo contra a população mais vulnerável que não pode se defender.
Padre Soto enfatizou a necessidade de se fazer da Bolívia um país mais justo e democrático: “Como Igreja – disse ele – vemos a necessidade de fortalecer o processo democrático em nosso país, a democracia não pode ser consolidada com atitudes de confronto e destruição”.
Nesse sentido, indicou que diante da crise econômica que o país está vivendo, agravada pela pandemia, é necessário que haja uma redistribuição de recursos com “critérios de justiça social”.
O sacerdote dirigiu um agradecimento especial àqueles que diariamente demonstram sua solidariedade e generosidade participando das cestas familiares, das “panelas comuns” e dos bancos de alimentos, remédios e equipamentos de biossegurança feitos nos bairros populares da capital.
“Que a experiência de viver a terrível pandemia nos ensine a ver o rosto sofredor de Deus nas pessoas mais necessitadas, não só no sentido material, mas também naquelas pessoas que precisam de uma palavra de alento para superar o medo, a solidão e a tristeza e nos ajude a viver nossa profissão de fé sendo solidários, fortalecendo a esperança no Deus da vida e buscando o bem comum, sobretudo em tempos de eleições”, concluiu ele.
Vatican News – ATD/RL