Bianca Fraccalvieri – Vatican News
Exatamente cinco anos atrás, em 9 de julho de 2015, o Papa Francisco estava na Bolívia, em visita apostólica. A viagem incluiu também outras duas etapas: Equador e Paraguai.
Na Bolívia, o evento principal se realizou em Santa Cruz de la Sierra com os Movimentos Populares para o II Encontro Mundial.
Na ocasião, Francisco destacou a importância de um “processo de mudança”.
Neste processo, ressaltou, são os trabalhadores, inclusive na sua informalidade, os protagonistas e semeadores de mudança:
“Vós sois semeadores de mudança. Aqui, na Bolívia, ouvi uma frase de que gosto muito: «processo de mudança». A mudança concebida não como algo que um dia chegará porque se impôs esta ou aquela opção política ou porque se estabeleceu esta ou aquela estrutura social. Sabemos, amargamente que uma mudança de estruturas, que não seja acompanhada por uma conversão sincera das atitudes e do coração, acaba a longo ou curto prazo por burocratizar-se, corromper-se e sucumbir. Por isso gosto tanto da imagem do processo, onde a paixão por semear, por regar serenamente o que outros verão florescer, substitui a ansiedade de ocupar todos os espaços de poder disponíveis e de ver resultados imediatos. Cada um de nós é apenas uma parte de um todo complexo e diversificado interagindo no tempo: povos que lutam por uma afirmação, por um destino, por viver com dignidade, por «viver bem».”
O futuro da humanidade, disse ainda o Pontífice, não está unicamente nas mãos dos grandes dirigentes, das grandes potências e das elites.
“Está fundamentalmente nas mãos dos povos; na sua capacidade de se organizarem e também nas suas mãos que regem, com humildade e convicção, este processo de mudança.”
Passados cinco anos, o próprio Papa se tornou um dos artífices e articuladores deste “processo de mudança”ao impulsionar inúmeros eventos, sendo o próximo deles em outubro.
Os convidados especiais são jovens empresários e estudantes, que em Assis vão debater “A Economia de Francisco”, isto é, novas propostas de organização econômica.
Trata-se de procurar uma “economia diferente” que “faz viver e não mata” e “cuida a criação e não a despreza”. Em outras palavras, tentar colocar em prática a globalização da esperança anunciada justamente em Santa Cruz de la Sierra.
Fonte: Acidigital