O arcebispo de Belo Horizonte (MG) e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Walmor Oliveira de Azevedo, manifestou-se sobre a lamentável tentativa de ocupação, por parte de remanescentes do grupo extremista Acampamento dos 300 do Brasil, do território da Catedral Metropolitana Nossa Senhora de Aparecida, mais conhecida como Catedral de Brasília, no último dia 16 de junho, e sobre as ameaças que fizeram ao bispo auxiliar da arquidiocese, dom Marcony Vinícius Ferreira.
Conforme Nota de Esclarecimento emitida pelo setor de comunicação da Arquidiocese de Brasília (veja abaixo), o religioso não permitiu o acampamento alegando o respeito às exigências legais, do Governo do Distrito Federal (GDF), de evitar aglomerações para conter a contaminação pelo novo Coronavírus, além de garantir a preservação do prédio tombado e também para assegurar o respeito ao local de culto, previsto na Constituição.
Para o presidente da CNBB, as igrejas são lugares especiais para o silêncio, a oração e o serviço aos mais pobres e não servem a propósitos político-partidários. “Nosso incondicional apoio e solidariedade a dom Marcony Vinícius Ferreira, bispo auxiliar da Arquidiocese de Brasília, que no exercício de seu ministério, na missão de zelar pelo bem de todos – a Catedral Nossa Senhora Aparecida – foi vítima de ameaças”, escreveu dom Walmor.
Dom Walmor chama a atenção para a crescente violência que aponta para o avanço de extremistas no Brasil. O presidente da CNBB cobra ação, com urgência e veemência, das autoridades para garantir a paz. “Esses grupos não podem continuar a desfigurar a democracia brasileira, com ataques às instituições, à religião e a quem mais não compartilha com as suas visões de mundo. Conviver com as diferenças é condição básica para a civilidade”, disse.
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil espera celeridade na apuração deste grave crime. A ameaça a dom Marcony Ferreira, para dom Walmor, é uma agressão que fere toda a Igreja Católica no Brasil.
Entenda o caso
Na manhã do dia 16 de junho, remanescentes do Acampamento dos 300 do Brasil, um grupo extremista que estava acampado na Esplanada dos Ministérios, ameaçaram acampar na área da Catedral Metropolitana Nossa Senhora de Aparecida, mais conhecida como Catedral de Brasília (DF). O grupo ameaçou o bispo auxiliar que encaminhou denúncia ao governo do Distrito Federal.
Como medida de segurança, o GDF mandou fechar a Esplanada dos Ministérios por dois dias, 16 e 17 de junho. A medida foi oficializada por meio de decreto, com base na investigação da inteligência do governo. O acampamento dos 300 do Brasil foi desmontado em operação da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) e do DF Legal nesse sábado (13/06).
Nota da Arquidiocese de Brasília
Fonte: CNBB