Participantes da Assembleia Geral falam como estão as atitudes de evangelização nas Dioceses pelo país
Em 27 sessões ao longo de duas semanas, os bispos presentes na 61ª Assembleia Geral da CNBB irão discutir diversos temas (Sínodo dos Bispos 2021–2024, Jubileu 2025 e Juventude, Relatório do anual da presidência, entre outros), os momentos de reflexão, oração e estudo estarão concentrados no tema central: “A realidade da Igreja no Brasil e a atualização de suas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora”.
Dom Leomar Brustolin, presidente da Comissão do Tema Central, explicou que a partir da escuta foi elaborado um texto que foi enviado aos bispos e será aprovado na Assembleia, como quais são os eixos centrais e como está estruturado o instrumento de trabalho.
Outros bispos estão falando das suas expectativas para o grande encontro da Conferência Episcopal e de como está a realidade de suas dioceses e comunidades. Cardeal Odilo Scherer, arcebispo metropolitano de São Paulo, falou ao jornalista Eduardo Miranda, da TV Aparecida, das ações evangelizadoras nas mais de 300 paróquias e quase mil sacerdotes da região.
“Nós estamos presentes como igreja em São Paulo desde o início, mas hoje em dia nesta metrópole enorme, estamos presentes em todos os bairros através de capelas, organizações e instituições da Igreja, de muitas formas estamos presentes!
Desenvolvemos atividades de evangelização, as celebrações, as muitas iniciativas de catequese, de instrução cristã, caridade e testemunho.
Uma das fortes presenças da Igreja Católica em São Paulo é justamente a prática da caridade social, pois temos muitas pessoas necessitadas.
Estamos nessa cidade para apoiar, fortalecer a fé dos que já estão na Igreja e de toda maneira, testemunhar a fé e também levar o Evangelho àqueles que não estão na Igreja, mas que, de uma forma ou outra, acolhem ou podem receber a luz do Evangelho para suas vidas”.
Dom Maurício Jardim, presidente Comissão Episcopal para a Ação Missionária e a Cooperação Intereclesial da CNBB, falou do cuidado pastoral com a Diocese de Rondonópolis–Guiratinga (MT).
“É uma região com 50 mil quilômetros quadrados, e temos paróquias que precisamos percorrer 280 quilômetros de estrada para chegar na nas comunidades, um longo caminho para visitar as paróquias, as comunidades, para o Crisma, para a visita Pastoral.
Trabalhamos em Rondonópolis, uma cidade grande, com 250 mil habitantes. Na cidade, temos 10 paróquias, mas a Diocese tem 13 municípios e também com muitas comunidades, 22 paróquias da diocese, passamos por um desafio urbano mas também de comunidades pequenas e rurais”.
O bispo também falou do projeto Igrejas Irmãs, criado pela CNBB em 1972, com o objetivo de partilhar a fé, os dons da graça, as experiências pastorais, pessoas e recursos financeiros como gestos de caridade cristã para com as Igrejas da Amazônia e outras também necessitadas.
“Aqui na Assembleia nós estamos discutindo também a situação da igreja no Brasil, alguns temas prioritários e diversos. Desejamos uma igreja Sinodal e em permanente estado de Missão. O projeto já existe há mais de 50 anos e está numa fase que está sendo refletido e repensado, porque o projeto nasceu com a Igreja do Sul ajudando a Igreja do Norte e esta ajuda é uma cooperação missionária, através da cooperação espiritual, rezar pela pelas Igrejas!
Nós somos no Brasil 279 dioceses, arquidioceses e prelazias. Então, queremos elaborar um documento incentivando que as Igrejas possam cooperar. Todos são chamados a dar da sua pobreza, então, as igrejas mesmo que tenham poucos recursos e poucas pessoas podem ajudar uma igreja que é mais necessitada. Esse projeto é um dar e um receber porque quem evangeliza também está recebendo ajuda!”.
Cardeal Leonardo Steiner, Arcebispo de Manaus, entende que para esta região e todo o país, esta Assembleia é um elemento fundamental para o impulso missionário e sinodal através das diretrizes.
“A questão da sinodalidade para nós Igreja do Brasil, é uma questão vital. Nós temos uma experiência bastante grande, especialmente nós da Amazônia, de sermos uma Igreja sinodal, onde todos participam da vida da Igreja, da ação evangelizadora da Igreja.
Mas nós agora veremos o resultado do Sínodo para assim irmos com maior liberdade, maior segurança, para a aprovação das Diretrizes Gerais.
Nos sentiremos mais apoiados através de Sínodo, e também nos sentiremos com mais liberdade para propormos às nossas comunidades, às nossas dioceses, a questão da sinodalidade”.
O presidente do Regional Norte 1 da CNBB ressaltou a importância do diálogo espiritual que será realizado pelos bispos na Assembleia, em sintonia com a primeira fase do Sínodo dos Bispos em Roma.
“A escuta do Espírito é a escuta dos irmãos, a escuta de quem faz parte da mesa, a mesa da partilha, e nós até poderíamos dizer a mesa da escuta. Nós não discutimos as coisas, não existe debate, mas existe muita escuta para depois chegarmos a determinadas conclusões.
Nesse sentido, a conversação no Espírito é muito rica, porque é um exercício de escuta, escutarmos a realidade, escutarmos a interpretação que o irmão, a irmã dá, e termos assim um horizonte mais largo para podermos assim propor mudanças no texto, para propormos uma inserção maior no texto”.
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